Aníbal Cavaco Silva oficializou esta terça-feira a recandidatura à Presidência da República com a promessa de contenção nos gastos da campanha. A partir do Centro Cultural de Belém, o mesmo local escolhido há cinco anos para se lançar na contenda pelo cargo, o Presidente apresentou-se como “um homem de trabalho”, capaz de “contribuir para que o país trilhe um caminho que permita vencer os desafios com que está confrontado”.
O tabu estava desfeito há quase duas semanas, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter desvendado, na TVI, a data e o local do anúncio da recandidatura do Presidente da República. Mas é partir de agora que Cavaco Silva é um adversário declarado de Manuel Alegre, Fernando Nobre, Francisco Lopes e Defensor de Moura no combate para as eleições de 23 de Janeiro do próximo ano. Há cinco anos e seis dias, no mesmo local e com as mesmas dez bandeiras por cenário, o antigo primeiro-ministro entrava na corrida a Belém por “um imperativo de consciência”. Desta feita, move-o “o dever”.
“Sei que posso ser útil a Portugal e aos portugueses. Move-me a consciência da gravidade dos problemas que todos temos pela frente”, afirmou o Chefe de Estado a partir do púlpito montado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. “Perante a situação extremamente difícil em que Portugal se encontra, perante as incertezas e até angústias sentidas por muitos portugueses, concluí que tinha o dever de me recandidatar à Presidência da República”, prosseguiu.
A decisão da recandidatura consuma-se “depois de uma profunda reflexão”, frisou Cavaco Silva nos primeiros instantes do discurso, perante uma assistência recheada de personalidades da sua ala social-democrata, como Manuela Ferreira Leite, ou Leonor Beleza. “Quis que a minha mulher, que sempre esteve a meu lado nos momentos importantes da minha vida, a partilhasse comigo. Havia razões pessoais e familiares a ter em conta. Mas havia também o meu sentido de responsabilidade e as ambições que tenho para Portugal”, atalhou.
Campanha sem cartazes
O candidato Cavaco Silva, que terá como director de campanha Luís Palha da Silva, ex-presidente executivo do grupo Jerónimo Martins, fez também questão de invocar a sua experiência, que, advogou, pode ser útil para “ajudar o país a encontrar um rumo de futuro e vencer as dificuldades com que está confrontado”.
Numa das passagens mais enfatizadas do discurso de recandidatura, prometeu ser “contido na campanha” para o escrutínio de 2011: “Não colocarei um único cartaz exterior, os chamados outdoor. Sei que isso me pode prejudicar face aos outros candidatos, mas não me sentiria bem com a minha consciência gastando centenas de milhares de euros com a afixação de cartazes”, sublinhou.
O actual enquadramento legal do financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais fixa as despesas para as presidenciais em dez mil indexantes de apoios sociais, ou seja, 4,19 milhões de euros - à luz do valor do indexante em 2010 (419,22 euros). Numa segunda volta, os candidatos podem despender outros 2.500 indexantes. Cavaco Silva propõe-se gastar metade do valor estipulado pela lei, o que equivale a 2.096.100 euros.
http://tv2.rtp.pt/noticias/?t=Cavaco-na-corrida-a-Belem-com-promessa-de-poupanca.rtp&article=386690&visual=3&layout=10&tm=9
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