sábado, 27 de novembro de 2010

Caminhos

painel - escadaria mel firmino



Procurando a Luz



Magos celestiais,

Para onde nos levam

Os vossos caminhos?



Para o Futuro,

Há muito, esperado?

Para o Paraíso,

Outrora, perdido,

E agora desejoso de ser re-encontrado?



Que caminhos teremos

De percorrer, ainda?

Por quantas marés

Teremos de navegar?

Quantas Estrelas

Teremos de contemplar?

Quantos céus

Teremos de percorrer?

Quantos montes

Teremos de mover

Rumo a uma outra era,

Rumo a uma nova idade?



Isabel Rosete

02/01/2009



16 MÁXIMAS SOBRE A FILOSOFIA: PARA UMA VISÃO REDONDA DO MUNDO E DA VIDA, Por Isabel Rosete
1.Se acreditarmos nas palavras de Nietzsche, a primeira proposição filosófica foi enunciada por Tales: a água é o princípio, a origem, de todas as coisas.



2. O pensamento filosófico é, para Nietzsche, uma actividade fisiológica, que requer a expressão da força, como critério do seu exercício autêntico. A metáfora da Natureza é, amiúde, explorada pelo filósofo, com o intuito de manifestar, de forma concreta e objectiva, convicta e veemente, o seu conceito de filosofia como expressão “claramente vista” da dureza do Pensar e do Agir, do Fazer.


Na obra, Assim falava Zaratrusta, podemos ler: “Tem coragem, irmão meu? Tem valentia? Não a coragem diante de testemunhas, mas a valentia de solitário, daquele ao qual nem mesmo um deus faz mais do que ser espectador.

As almas frias, cegas, embriagadas, não são para mim corajosas. Tem coração aquele que conhece o medo e que tem controlo sobre o medo; aquele que olha para o abismo, com orgulho. Aquele que olha para o abismo, com olhos de águia, que com garras de águia prende o abismo: isto constitui a coragem”, a dignidade autêntica do homem que é Homem.




3. Na obra Ecce Homo, Nietzsche apresenta-nos a Filosofia como a expressão da plena libertação dos sentidos e dos instintos, como a manifestação da dureza, da força, do carácter firme e destemido. Assim sendo, a Filosofia é, apenas, para aqueles que possuem a pujança de espírito para suportar a solidão, para enfrentar o medo.


A FILOSOFIA é, tão-só, para aqueles que não se submetem à pseudo segurança dos ideais caquécticos, dogmáticos e irreversíveis.



4. O Pensamento não nos é dado a nós, seres humanos, como uma mera faculdade inata, produzida naturalmente por herança genética e crescimento biológico. Por isso mesmo, precisamos de aprender a pensar, dedicando-nos a esta aprendizagem ao longo de todos os dias das nossas Vidas. Esta aprendizagem depende, apenas, de duas coisas: 1. da convivência com outras pessoas; 2. da reflexão sobre os nossos próprios pensamentos e os pensamentos dos outros.

Um aspecto fundamental da reflexão – quer dizer, do pensamento que se volta sobre e para si mesmo – consiste em questionarmos porque pensamos de uma determinada forma, e não de outra. Há sempre uma causa, mesmo que oculta! Ao assumirmos este procedimento, ao adoptarmos esta postura, com convicção genuína, ao perseguirmos os fundamentos dos nossos pensamentos, que são os fundamentos do mundo conforme nós o conhecemos, estamos a fazer Filosofia.



5. Desde o século XVII, aquando da revolução epistemológica, a FILOSOFIA define-se como:

1. O lugar privilegiado da reflexão sobre as grandes questões a que a ciência não dá resposta;

2. O topos (lugar natural) da mais fecunda organização de sínteses sobre os diferentes saberes particulares;

3. Um meio de questionação e problematização sobre a totalidade do real;

4. O caminho mais viável para a reflexão sobre a linguagem, particularmente sobre a linguagem científica, com o objectivo de anular a irracionalidade, a falta de Ética, o progresso acrítico e irresponsável das ciências, e também da tecnologia desenfreada, que caminham a um ritmo arrebatador.



6. Uma Filosofia definitiva, feita e assente de uma vez para todo o sempre, implicaria a imobilidade do pensamento humano: o Absoluto anestesiá-lo-ia. Essa tal verdade que se procura, consciente ou inconscientemente, aspiração ingénua de espíritos incultos, pode animar os crentes e exaltar os entusiastas: “no domínio do puro pensamento nunca produzirá senão ilusão e vertigem”, afirma Antero de Quental.



7. A palavra FILOSOFIA é composta pelos termos "philos" (amigo, amante) e "sophia" (sabedoria), recorrendo à definição etimológica deste vocábulo, que significam, nesta sua articulação essencial, "amor à sabedoria". Foi Pitágoras, no século VI a.C., que a utilizou pela primeira vez, para designar os homens que procuravam a sabedoria, separando-os assim dos deuses que a possuíam.



8. A Filosofia surgiu, historicamente, nas antigas colónias gregas da Ásia Menor, no século VI a.C.

Os primeiros filósofos substituíram as narrações mítico-religiosas do cosmos, por explicações racionais, partindo de um conjunto de ideias que farão parte da tradição filosófica, partindo da convicção de que:

1. Na Natureza as coisas não acontecem por acaso, mas obedecem a uma necessidade que determina o quando e o como do seu acontecer;

2. O Homem possui uma faculdade, a Razão, que lhe permite aceder à verdade, ultrapassando as aparências dos sentidos e as ideias comuns;

3. Por detrás da multiplicidade e mudança permanente das coisas, como havia dito Heraclito, subjaz algo de oculto e imutável, o Ser, como contrapôs Parménides.



9. Embora o Filósofo seja aquele que procura o saber, a verdade é que, rapidamente, os primeiros filósofos – Tales, Anaximandro, Pitágoras, Demócrito, Heraclito e Parménides, entre outros – se convenceram de que já possuíam esse saber. Entre o século VI a.C. e o século XVII, predominou a concepção da FILOSOFIA como o verdadeiro saber. A Verdade por ela revelada era única, eterna e irrefutável.



10. O FILÓSOFO é aquele que se ergue, de rosto aberto e ousando o Tudo, acima do seu tempo para compreender o Presente e o Futuro, reparando os erros do Passado, para construir um Novo Mundo.



11. O FILÓSOFO É, TAL COMO O POETA, O ÚNICO CAPAZ DE COMTEMPLAR A VERDADE DAS COISAS E DE A REVELAVAR AOS OUTROS HOMENS, DE MENTES ADORMECIDAS.



12. À medida que a Ciência moderna se impõe como a única forma de conhecimento válido, porque baseada em factos supostamente verificáveis universalmente, mais se questiona o lugar da Filosofia. Por todos os lados, deparamo-nos com as seguintes questões: Qual é a importância da Filosofia? Qual sua finalidade? Qual a sua utilidade? Porque somos obrigados a estudar Filosofia no ensino secundário?

A resposta é simples: A Filosofia é um conjunto de ideias, de juízos de valor, sobre o Homem, o Mundo, a Terra, a Natureza, o Universo, o Ser, a Vida, a nossa vida. Mas, note-se: uma resposta concreta e objectiva que visa, directamente, a acção imediata fundada num pensamento devidamente determinado.




13. A Filosofia encontra a sua origem no desassossego, no alvoroço, na agitação, gerada pela curiosidade humana que move a necessidade vital de compreender, problematizando e questionando, os valores, as tradições ou os hábitos instituídos sobre a realidade, nas suas diversas formas, vindos do senso comum, incapaz de ver longe, de atingir as essências escondidas pelos véus opacos das aparências.






14. A Filosofia é:



- Pensamento, Reflexão, Interpretação, Análise, Crítica;

- Investigação, Argumentação, Dúvida, Discussão;

- Espanto, Inquietação, Ousadia, Persistência;

- Acção, Atitude, Coragem e Decisão Convicta e Fundamentada Racionalmente.



15. A Filosofia não é apenas uma disciplina. A Filosofia também não é, somente, uma mera área do Conhecimento, entre muitas outras. A Filosofia é a Sabedoria, por excelência.



16. Acredita em todos aqueles que buscam a Verdade com convicção, porque admitem que a Verdade existe, realmente, para além da odiosa mentira. Assim, também serás filósofo.



Isabel Rosete

18/11/2010




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