segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Théodore Chassériau

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Th%C3%A9odore_Chass%C3%A9riau_-_Portrait_of_Mme_Borg_de_Balsan.JPG


http://ritratti.wordpress.com/category/tocqueville-alexis-de/


Théodore Chassériau, tinha por hábito, quando viajava, de anotar ao lado dos croquis que ia fazendo, o seu pensamento. Ele ia registando a sua impressão não só através do desenho, como também através da reflexão pela palavra. Criava-se assim uma intimidade entre o gesto do desenho e o gesto do pensamento. Um equilíbrio.
Nas aulas que eu dou, a minha ambição vai quase até aí.
Mais do que ensinar a desenhar, eu pretendo ensinar a ver, a parar o olhar, um olhar silencioso, sobre todas as coisas que nos rodeiam, a perceber o seu movimento e a sua linguagem. E a relacionar essa posição de ver, com o pensamento, e com a liberdade de usar os materiais, quaisquer que sejam, que deixem no papel um vestígio: um risco, uma mancha, uma forma.
Os trabalhos que aqui se expõem, são exercícios que cada um escolhe, de acordo com o seu gosto, o seu imaginário, as suas memórias, a sua vontade de expressão. Cada um pinta aquilo que lhe toca a alma, e cada um se ouve, enquanto trabalha. É como tornar visível um conteúdo que se descobre.
Não imponho técnicas, nem desvendo segredos. Cada um as vai criando, e desvendando-se a si próprio. E vai criando um canto no seu mundo, dedicado a si, para além da rotina partilhada, ela também importante, mas incompleta.
É simples.
Mónica Baldaque






Cumplicidade aguarelada ...
Um discreto ramo torcido de limoeiro florido repousa num dos cantos da mesa rectangular que tantos segredos e historias tem para recordar...Uma sonata de Bach acompanha os movimentos dos pincéis e vai dando as tonalidades às cores que vão aparecendo discretamente nas telas....
Uma tela inacabada repousa no cavalete e olha para nós esperando sempre uma mensagem amiga da Mónica, companheira e mestre que nos vai guiando nos horizontes da multiplicidade das linhas e das cores.
Um chapéu de palha, com fita azul, voa no atelier e entra na tela onde estão pintados os campos de trigo dourado...
Algumas buganvílias, por cima duma balaustrada, lembram outros tempos....
Um detalhado perfil surge do século XVIII e vai descansar num biombo antigo...
Uma carroça desce numa viela queimada pelo sol, algures...
A sombra de uma árvore centenária abriga as nossas hesitações e dúvidas cromáticas...
Um lápis dança na textura branca do papel ao som das notas musicais que esvoaçam no atelier e vão desaparecendo no arvoredo do jardim...
São estas as pequenas histórias das tardes de quarta-feira que vão surgindo já há alguns anos na paleta do tempo, na companhia da velha magnólia e do rio Douro, sempre à luz do sol que desaparece suavemente...
Bernadette Poisson Coutinho

via

http://clubeliterariodoportofla.wordpress.com/#

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