domingo, 7 de novembro de 2010

É preciso ter-se separado de muitas coisas que nos pesam, que nos entravam, nos mantêm curvados, nos tornam pesados, a nós, europeus de hoje"

Caspar David Friedrich, O viajante acima dos nevoeiros, 1817-1818.

"Fala o "viajante" - Para poder examinar de longe a nossa moralidade europeia, para a medir pelo escalão de outras moralidades passadas ou futuras, é preciso fazer como um viajante que quer conhecer a altura das torres de uma cidade: para isso, deixa essa cidade. Para reflectir nos "preconceitos morais" é preciso, sob pena de emitir novos preconceitos, colocarmo-nos fora da moral, subir, trepar, voar até qualquer ponto de vista para além do bem e do mal, na ocorrência passar para além do nosso bem e do nosso mal e libertarmo-nos da totalidade da "Europa", devendo esta Europa entender-se como uma soma de juízos despóticos que nos entraram no sangue. [...] É preciso ser extremamente leve para poder levar tão longe a vontade que se tem de conhecer, para a levar de qualquer forma acima do seu tempo, criar olhos cujo olhar possa abraçar milénios e que neles reine um céu claro! É preciso ter-se separado de muitas coisas que nos pesam, que nos entravam, nos mantêm curvados, nos tornam pesados, a nós, europeus de hoje" - Friedrich Nietzsche, A Gaia Ciência, III, 380.

via
http://arevistaentre.blogspot.com/

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Gaia_Ci%C3%AAncia

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