"Na véspera de não partir nunca Ao menos não há que arrumar malas Nem que fazer planos em papel... Todos os dias é véspera de não partir nunca" Álvaro de Campos
sábado, 19 de janeiro de 2013
Agni e Soma
Gosto de me vestir toda de branco
Curta, calças e turbante.
Trago com orgulho sobre a fronte
O quarto crescente do deus Lua
E sentada na escadaria de Varanasi,
Vejo a deusa Sol aparecer, resplandecente,
Repleta de ouro, rubis e diamantes.
Vejo-te, inundando o Ganges,
Na cidade santa
Onde tantas vezes mergulhei inebriada do teu amor,
Percorrendo a via láctea do meu desejo!
Correndo para ti ó Mãe, bebendo o teu néctar...
Ardendo na insanidade do meu delírio
Que me parece ser tudo um sonho, ainda...
É uma lembrança que tenho, doutro tempo, milhares de anos...
Desde o início dos tempos em que te consagrei minha Rainha.
E ainda hoje espero ver-te aparecer, num sari vermelho,
todo bordado a ouro e diamantes.
A porta do templo onde me encontro,
Todo vestida de branco, Curta, calças e turbante...
Ó Surya, vem...
'Antes do Verbo era o útero' de Rosa Leonor Pedro
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