HOMOCISTEÍNA: PIOR DO QUE O COLESTEROL
A doença coronária obstrutiva (enfarto do miocárdio) é um grande pesadelo para a humanidade. Nos países desenvolvidos, assim como em Portugal, é a principal causa de mortalidade.
Estima-se que, somente neste ano, 900.000 americanos e 6.000 portuguesess terão suas vidas ceifadas por esta doença.
Muito mais importantes do que a herança genética, os verdadeiros inimigos do coração estão ligados aos nossos estilos de vida: fumo, sedentarismo, obesidade, stress, hipertensão, os erros alimentares e a deficiência hormonal que, em última análise, levam à hipercolesterolemia (aumento do colesterol no sangue).
O aumento do colesterol, principalmente a fracção LDL (o mau colesterol), abre caminho para a arteriosclerose, que, por sua vez, obstrui as artérias do coração e causa o enfarto, numa verdadeira reacção em cascata.
Colesterol elevado, passou então, a ser o inimigo público número um. Paradoxalmente, ninguém se questiona que sem colesterol morremos, e portanto o colesterol não pode ser o culpado.
Um facto muito importante intrigava, porém, os pesquisadores mais curiosos: se é realmente o grande vilão, como explicar a ocorrência de enfartos em pessoas com colesterol absolutamente normal?
Como explicar o enfarto em adultos cada vez mais jovens, que, igualmente, não apresentam qualquer anormalidade no seu colesterol, e adoptam estilos de vida aparentemente saudáveis?
Um dos elos desta cadeia de eventos, parece ter sido encontrado.
Surgindo no nosso organismo como um produto do metabolismo da metionina, a homocisteína é um aminoácido natural, de existência efémera, que se converte em outro aminoácido chamado cistationa. Se esta rota for correctamente seguida, não há qualquer prejuízo para a nossa saúde. O grande segredo, porém, é que para este processo ocorrer, são necessários co-factores naturais que regulam essas reacções: vitaminas B6 e B12, betaína e ácido fólico. Aí é que começam nossos problemas.
Devido a uma má nutrição — especialmente nos idosos—, ao esgotamento do solo, industrialização excessiva dos alimentos e baixa concentração desses elementos na dieta, um número incontável de pessoas apresenta deficiência dessas substâncias.
Diante dessas deficiências, nosso organismo passa a acumular homocisteína, e essa substância é hoje considerada um dos indutores da oxidação do colesterol.
É a homocisteína um dos factores que induzem e modulam as lesões vasculares que levam ao enfarto.
Ainda pior: a homocisteína acelera a oxidação do LDL colesterol ( o “mau colesterol”), aumentando ainda mais a lesão vascular.
Explicando mais claramente: se o colesterol é normal, porém as concentrações de homocisteína no seu sangue estão elevadas, a lesão cardíaca ocorre mais rapidamente do que se seu colesterol estiver elevado e sua homocisteína normal!
Na verdade, a homocisteína elevada no sangue, é considerada, actualmente, nos países que praticam uma medicina de ponta, um factor de risco para doenças cardíacas, muitas vezes pior e mais preciso do que o colesterol.
Pessoas com doenças coronárias, já confirmadas por angiografia, têm um risco, 10 a 15 vezes maior de enfarto se sua homocisteína estiver elevada!
Para finalizar, dois factos relevantes:
a suplementação vitamínica correctamente conduzida, provoca a total normalização dos níveis de homocisteína
os níveis de homocisteína no sangue podem ser medidos, sendo um exame obrigatório nos países desenvolvidos.
Lembre-se: na sua próxima consulta, peça ao seu médico para dosear os seus níveis de homocisteína, que, está provado, é muito pior que o colesterol.
"O seu corpo é um bem precioso. Ele é o único veículo que o leva a acordar todas as manhãs. Trate-o com cuidado."
Não adoeça
Não envelheça
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