quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Johann Johannsson - The Sun's Gone Dim and the Sky's Turned Black



http://youtu.be/DO6nFJGDLqM

Torre azul-Jorge e Clodoaldo Compositores

É preciso construir uma torre
- uma torre azul para os suicidas.
Têm qualquer coisa de anjo esses suicidas voadores,
qualquer coisa de anjo que perdeu as asas.
É preciso construir-lhes um túnel
- um túnel sem fim e sem saída
e onde um trem viajasse eternamente
como uma nave em alto mar perdida.
É preciso construir uma torre...
É preciso construir um túnel...
É preciso morrer de puro,
puro amor!




http://youtu.be/2_eMA8NxAFc

Glenn Gould: Bach Goldberg Variations 1981 Studio



http://youtu.be/N2YMSt3yfko

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Philip Glass - Les Enfants Terribles - Overture












http://youtu.be/aD7l8L1JqSQ

http://youtu.be/1srymSJSJ2w

http://youtu.be/nY0oXzgb_r8

Philip Glass - 01 - Koyaanisqatsi




http://youtu.be/C6Il58Ln4cI

Elis Regina - Preciso Aprender a Ser Só



http://youtu.be/GQjpNenXBT8

Elis Regina



Track List
1. Doente. Morena Gil/Machado
2. Ladeira da Preguiça. Gil
3. Boa Noite, Amor. Abreu/Mattuso
4. Preciso Aprender a Ser Só. Marcos Valle/Paulo Sergio Valle
5. Upa. Neguinho Lobo/Guarnieri
6. Formosa Powell. De Moraes
7. Estrada do Sol. Jobim/Durán
8. Medley: Vou Deitar e Rolar (qua qua ra qua quá) Powell/Pinheiro
Aviso aos Navegantes. Powell/Pinheiro
9. 20 Anos Blues. Martins/Costa
10. Atrás Da Porta. Buarque/Hime
11. Cançao Do Sal. Nascimento
12. Cais Nascimento. Bastos
13. É Com Esse Que Eu Vou. Pedro/Caetano
14. General Da Banda. Silva/Alcides/de Melo
15. Águas de Março. Jobim
16. Meio-de-Campo. Gil
17. Folhas Secas. Cavaquinho/de Brito

http://youtu.be/cgqO3PNMRac

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Rhapsody in Blue - George Gershwin - New York City




http://youtu.be/OSq_nwoG43s

http://youtu.be/ynEOo28lsbc

VALQUÍRIA SILENCIOSA

VALQUÍRIA SILENCIOSA.



O teu silêncio e a tua incerteza me ferem, mas não me matam.
As tuas dúvidas me açoitam, mas não me deixam cicatrizes. (Pablo Neruda)




O teu silêncio me caiu na alma como um raio perdido e, com o inesperado impacto, eu deixei cair num poço silvestre que estava perdido no caminho todas as esperanças, todos os sonhos, bem como todos os encantos.
Ó silenciosa Valquíria!
Não foi a morte e nem a noite que te silenciou!
O quê silenciou em ti, então?
Lembra-te que tu já foste pétala, rosa, nave, anjo e relâmpago novo de verão.
E agora?
Como enfeitarei os meus poemas, se já sinto um grande padecimento em escrevê-los e novamente ter que oferecê-los a ti?
O teu silêncio faz eco dentro de mim, assim como a tua voz liquida fazia eco numa certa floresta colorida do Bonja.
Senhora, aquilo foi um sonho, a sombra da esperança ou da pura ilusão?
Talvez naquele momento nós tivéssemos adentrado, sem querer, numa dimensão nova criada pela singularidade do nosso amor.
Ó Senhora silenciosa!
Agora, já não posso mais propor os meus versos.
Tu eras o rumo certo para eles, agora Senhora, eles se perderão sem rumo no infinito.
E para isso,
Eu me proponho voltar até aquela floresta colorida para criar um eco amplificado que, com o meu grito, viajará até a ti pelos caminhos verdes do Rodeio.
Tu foste donzela, rainha e deusa nos versos que construía para ti, agora estando entristecido não mais ouço a tua voz que se recolheu em silêncio sepulcral.
Ó rubra Aldebarã silenciosa!
De pedra em pedra eu construí um castelo, todavia minha Senhora, eu havia esquecido que a argamassa era de sonhos.
Eis o motivo do meu padecimento maior, que é o de saber não haver mais tempo para reconstruí-lo.
Não mais construirei castelos de sonhos.
Eu vou recolher os fragmentos que restaram e as taboas que foram submetidas aos vaivens das marés e das intempéries emocionais, para construir sim, um aprisco para abrigar os meus sonhos.
Nele eu enterrarei as minhas lembranças que, por certo, se apagarão silenciosamente num vaso de memórias perdidas.
Penso eu que, assim ficarão enclausuradas todas as minhas razões de amor.
E, como ainda eu te amo e, num gesto último de amor, em breve eu te enviarei este poema torto e extremo.



Glenn Gould: Bach Goldberg Variations 1981 Studio Video




http://youtu.be/N2YMSt3yfko

T S Eliot reads his Four Quartets



http://youtu.be/Ga8tQrG4ZSw

CHUVA OBLÍQUA


I

Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito
E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios
Que largam do cais arrastando nas águas por sombra
Os vultos ao sol daquelas árvores antigas...
O porto que sonho é sombrio e pálido
E esta paisagem é cheia de sol deste lado...
Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio
E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol...
Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo...
O vulto do cais é a estrada nítida e calma
Que se levanta e se ergue como um muro,
E os navios passam por dentro dos troncos das árvores
Com uma horizontalidade vertical,
E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro...
Não sei quem me sonho...
Súbito toda a água do mar do porto é transparente
e vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada,
Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto,
E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
E passa para o outro lado da minha alma...



II



Ilumina-se a igreja por dentro da chuva deste dia,
E cada vela que se acende é mais chuva a bater na vidraça...
Alegra-me ouvir a chuva porque ela é o templo estar aceso,
E as vidraças da igreja vistas de fora são o som da chuva ouvido por dentro...
O esplendor do altar-mor é o eu não poder quase ver os montes
Através da chuva que é ouro tão solene na toalha do altar...
Soa o canto do coro, latino e vento a sacudir-me a vidraça
E sente-se chiar a água no fato de haver coro...
A missa é um automóvel que passa
Através dos fiéis que se ajoelham em hoje ser um dia triste...
Súbito vento sacode em esplendor maior
A festa da catedral e o ruído da chuva absorve tudo
Até só se ouvir a voz do padre água perder-se ao longe
Com o som de rodas de automóvel...
E apagam-se as luzes da igreja
Na chuva que cessa...



III



A Grande Esfinge do Egito sonha pôr este papel dentro...
Escrevo - e ela aparece-me através da minha mão transparente
E ao canto do papel erguem-se as pirâmides...
Escrevo - perturbo-me de ver o bico da minha pena
Ser o perfil do rei Quéops...
De repente paro...
Escureceu tudo... Caio por um abismo feito de tempo...
Estou soterrado sob as pirâmides a escrever versos à luz clara deste candeeiro
E todo o Egito me esmaga de alto através dos traços que faço com a pena...
Ouço a Esfinge rir por dentro
O som da minha pena a correr no papel...
Atravessa o eu não poder vê-la uma mão enorme,
Varre tudo para o canto do teto que fica por detrás de mim,
E sobre o papel onde escrevo, entre ele e a pena que escreve
Jaz o cadáver do rei Queóps, olhando-me com olhos muito abertos,
E entre os nossos olhares que se cruzam corre o Nilo
E uma alegria de barcos embandeirados erra
Numa diagonal difusa
Entre mim e o que eu penso...
Funerais do rei Queóps em ouro velho e Mim!...



IV



Que pandeiretas o silêncio deste quarto!...
As paredes estão na Andaluzia...
Há danças sensuais no brilho fixo da luz...
De repente todo o espaço pára...,
Pára, escorrega, desembrulha-se...,
E num canto do teto, muito mais longe do que ele está,
Abrem mãos brancas janelas secretas
E há ramos de violetas caindo
De haver uma noite de Primavera lá fora
Sobre o eu estar de olhos fechados...



V



Lá fora vai um redemoinho de sol os cavalos do carroussel...
Árvores, pedras, montes, bailam parados dentro de mim...
Noite absoluta na feira iluminada, luar no dia de sol lá fora,
E as luzes todas da feira fazem ruídos dos muros do quintal...
Ranchos de raparigas de bilha à cabeça
Que passam lá fora, cheias de estar sob o sol,
Cruzam-se com grandes grupos peganhentos de gente que anda na feira,
Gente toda misturada com as luzes das barracas, com a noite e com o luar,
E os dois grupos encontram-se e penetram-se
Até formarem só um que é os dois...
A feira e as luzes das feiras e a gente que anda na feira,
E a noite que pega na feira e a levanta no ar,
Andam por cima das copas das árvores cheias de sol,
Andam visivelmente por baixo dos penedos que luzem ao sol,
Aparecem do outro lado das bilhas que as raparigas levam à cabeça,
E toda esta paisagem de primavera é a lua sobre a feira,
E toda a feira com ruídos e luzes é o chão deste dia de sol...
De repente alguém sacode esta hora dupla como numa peneira
E, misturado, o pó das duas realidades cai
Sobre as minhas mãos cheias de desenhos de portos
Com grandes naus que se vão e não pensam em voltar...
Pó de oiro branco e negro sobre os meus dedos...
As minhas mãos são os passos daquela rapariga
que abandona a feira,
Sozinha e contente como o dia de hoje..



VI



O maestro sacode a batuta,
E lânguida e triste a música rompe...
Lembra-me a minha infância, aquele dia
Em que eu brincava ao pé de um muro de quintal
Atirando-lhe com uma bola que tinha dum lado
O deslizar dum cão verde, e do outro lado
Um cavalo azul a correr com um jockey amarelo...
Prossegue a música, e eis na minha infância
De repente entre mim e o maestro, muro branco,
Vai e vem a bola, ora um cão verde,
Ora um cavalo azul com um jockey amarelo...
Todo o teatro é o meu quintal, a minha infância
Está em todos os lugares, e a bola vem a tocar música,
Uma música triste e vaga que passeia no meu quintal
Vestida de cão tornando-se jockey amarelo...
(Tão rápida gira a bola entre mim e os músicos...)
Atiro-a de encontro à minha infância e ela
Atravessa o teatro todo que está aos meus pés
A brincar com um jockey amarelo e um cão verde
E um cavalo azul que aparece por cima do muro
Do meu quintal... E a música atira com bolas
À minha infância... E o muro do quintal é feito de gestos
De batuta e rotações confusas de cães verdes
E cavalos azuis e jockeys amarelos...
Todo o teatro é um muro branco de música
Por onde um cão verde corre atrás de minha saudade
Da minha infância, cavalo azul com um jockey amarelo...
E dum lado para o outro, da direita para a esquerda,
Donde há arvores e entre os ramos ao pé da copa
Com orquestras a tocar música,
Para onde há filas de bolas na loja onde comprei
E o homem da loja sorri entre as memórias da minha infância...
E a música cessa como um muro que desaba,
A bola rola pelo despenhadeiro dos meus sonhos interrompidos,
E do alto dum cavalo azul, o maestro, jockey amarelo tornando-se preto,
Agradece, pousando a batuta em cima da fuga dum muro,
E curva-se, sorrindo, com uma bola branca em cima da cabeça,
Bola branca que lhe desaparece pelas costas abaixo...





via

http://www.luso-poemas.net/




http://youtu.be/NUh0i7tJpTk

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Ler Mais, Ler Melhor - Livro da vida de Maria Filomena Mónica




Ler Mais, Ler Melhor - Livro da vida de Maria Filomena Mónica, Tom Sawyer de Mark Twain, O Monte dos Vendavais de Emily Brontë, Pais e Filhos de Ivan Turgueniev

http://youtu.be/Hcp9IAFuGjA

Prof. Dr. João Lobo Antunes









http://youtu.be/_m23jRRGs4g
http://youtu.be/7IXtpND5P-I

JOSÉ LUÍS PEIXOTO

FOTOGRAFIA DE SÃO FRANCISCO
São Francisco és tu e são as tardes que passávamos
no sofá, sentados ou deitados de todas as formas,
em todas as direcções. Não guardo ressentimentos
de São Francisco e chegará um tempo em que,
de novo, seremos capazes de passar um fim-de-semana
entre chapéus de sol e sol. A Califórnia não é eterna,
mas há um certo tipo de silêncio que se procura
sempre e que se encontra apenas muito raramente.
Esse é o teu brilho, São Francisco. Vais ver, teremos
camisas de flores coloridas e saberemos rir-nos
de tudo. E, contra todas as expectativas, quando
um de nós estiver a morrer, o outro estará lá.

FOTOGRAFIA DE ABIDJAN

Abidjan tem cicatrizes nas ancas.
Cuidadoso, pouso as mãos noutro lado,
seguro Abidjan pela cintura.
Não porque as cicatrizes sejam dolorosas,
há muito que Abidjan se habituou a elas,
mas porque me fazem impressão a mim.
As cicatrizes de Abijan foram-lhe feitas pela avó
com um ferro em brasa, quando era criança.
Eu e Abijan bebemos garrafas de coca-cola.
Seguramo-las como algo valioso,
somos senhores por um momento.
Abidjan diz: mostra-me o teu quarto,
e eu, não sou capaz de resistir.

FOTOGRAFIA DE MADRID

Madrid regressará sempre. São precisos anos
para aprender aquilo que apenas acontece com
a distância de anos. É por isso que posso afirmar
que Madrid regressará sempre. Não sei que tipo
de entendimento encontrámos. Eu e Madrid não
nos conhecemos bem. Sabemos o essencial e
inventamos tudo o resto. Tanto a minha vida,
como a vida de Madrid, já tiveram muitas formas.
No entanto, quando nos encontramos, somos
sempre o mesmo nome. Avaliamo-nos por
cicatrizes e pequenas marcas de idade.
Não estabelecemos metas, estamos cansados.
Eu e Madrid só queremos uma cama, mas,
se não houver, contentamo-nos com o chão e,
se não houver, contentamo-nos com um abraço.

JOSÉ LUÍS PEIXOTO, in "Gaveta de Papéis"/ Edições Quasi

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

lambchop - is a woman




Is A Woman :


In the hour of the girl
You can make this danger witness
Or whatever, without your heart
You can wish you could relate
If it's always gonna be
Sit beside me on a star
If you wake me up tonight

So you try to make it whole
With everybody here
More than a sony
To make the words throw up
Or show me the way
As they pick me up again
They will be there on the couch
They will make you better still
(can you be sure?)

Of anything you make
Maybe you can get a whiff
It's enough to make you gag
It's enough to make you sick
Each and every day
With the concrete and the masonry
When the paint that's on is dry
You can work it from your eye

And you take it from my heart
As you stand alone forever

From the roaming and the surf
And the cloudy cloudy day
Just a boss thing that is pure
Something specially for you
It's like everybody's needing it
And everybody's sure

(and if they say)
Is a woman, write this down
Put the paper, over there
More than it is
No more than it is

http://youtu.be/5jfaqxcuebs

Ella sings "Stormy Weather"




Ella sings "Stormy Weather" with Joe Pass, Hannover 1975

http://youtu.be/teXOPAFMOp0

EU SEI, NÃO TE CONHEÇO, MAS EXISTES...

20121222_171759.jpg

Joaquim Pessoa

Eu sei, não te conheço mas existes.
Por isso os deuses não existem,
a solidão não existe
e apenas me dói a tua ausência
como uma fogueira
ou um grito.
Não me perguntes como mas ainda me lembro
quando no outono cresceram no teu peito
duas alegres laranjas que eu apertei nas minhas mãos
e perfumaram depois a minha boca.
Eu sei, não digas, deixa-me inventar-te.
Não é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos
sobre a tua nudez
como uma sombra no deserto.
É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti,
porque tu és o mar que acolhe os meus destroços.
É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitares
em todas as palavras do meu canto.
Tenho construído o teu nome com todas as coisas.
tenho feito amor de muitas maneiras,
docemente,
lentamente
desesperadamente
à tua procura, sempre à tua procura
até me dar conta que estás em mim,
que em mim devo procurar-te,
e tu apenas existes porque eu existo
e eu não estou só contigo
mas é contigo que eu quero ficar só
porque é a ti,
a ti que eu amo.

Low Roar - Because We Have To



http://youtu.be/H9vHYABGMpU

Polica I see my mother




http://youtu.be/VprJs_Babg4

Move On Up

http://youtu.be/Td0EKTf_EGg

domingo, 20 de janeiro de 2013

Happy



"Rilo Kiley. Jenny Lewis with The Watson Twins. Jenny and Johnny. Em suma: Jenny Lewis."

http://youtu.be/crUK6jSQSw8

sábado, 19 de janeiro de 2013

Maria callas in Lisbon "La Traviata" (Verdi)



Maria Callas na histórica representação da Traviata, como Violeta (Dama das Camélias) ... em Lisboa, em 1958 ... imagens raras ... únicas.

http://youtu.be/MHRj8NhBnf4

Agni e Soma



Gosto de me vestir toda de branco
Curta, calças e turbante.
Trago com orgulho sobre a fronte
O quarto crescente do deus Lua
E sentada na escadaria de Varanasi,
Vejo a deusa Sol aparecer, resplandecente,
Repleta de ouro, rubis e diamantes.
Vejo-te, inundando o Ganges,
Na cidade santa
Onde tantas vezes mergulhei inebriada do teu amor,
Percorrendo a via láctea do meu desejo!
Correndo para ti ó Mãe, bebendo o teu néctar...
Ardendo na insanidade do meu delírio
Que me parece ser tudo um sonho, ainda...
É uma lembrança que tenho, doutro tempo, milhares de anos...
Desde o início dos tempos em que te consagrei minha Rainha.
E ainda hoje espero ver-te aparecer, num sari vermelho,
todo bordado a ouro e diamantes.
A porta do templo onde me encontro,
Todo vestida de branco, Curta, calças e turbante...
Ó Surya, vem...


'Antes do Verbo era o útero' de Rosa Leonor Pedro

Janis Joplin - To Love Somebody




http://youtu.be/IYdIeorcwbc

Maya Beiser - Memories




http://youtu.be/epMJSpDpG_A

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

LÊDO IVO


Soneto das Alturas

As minhas esquivanças vão no vento
alto do céu, para um lugar sombrio
onde me punge o descontentamento
que no mar não deságua, nem no rio.

Às mudanças me fio, sempre atento
ao que muda e perece, e ardente e frio,
e novamente ardente é no momento
em que luz o desejo, poldro em cio.

Meu corpo nada quer, mas a minh'alma
em fogos de amplidão deseja tudo
o que ultrapassa o humano entendimento.

E embora nada atinja, não se acalma
e, sendo alma, transpõe meu corpo mudo,
e aos céus pede o inefável e não o vento.

(Acontecimento do soneto, 1948.)
Lêdo Ivi





créditos:
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=765&sid=150

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=150

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=14382&sid=960

http://youtu.be/rewDyf1KRWc

Chant Hindu for cello performed by Julian Lloyd Webber




http://youtu.be/0FcD65Rxibw

Marquês de Maricá

Os maldizentes, como os mentirosos, acabam por não merecer crédito, ainda mesmo dizendo verdades.
A maledicência é uma ocupação e lenitivo para os descontentes.



(Marquês de Maricá)
http://www.hottopos.com.br/vidlib2/o_limite_e_a_toler%C3%A2ncia.htm------------------------ http://www.hottopos.com.br/

David Gilmour | Smile




Would this do
To make it all right
While sleep has taken you
Where I'm out of sight


I'll make my getaway
Time on my own
Search for a better way
To find my way home
To your smile


Wasting days and days
On this night
Always down and up
Half the night


Hopeless to reminisee
Through the dark hours
We'll only sacrifice
What time will allow us
You're sighing... sighing


All alone
Though you're right here
Now it's time to go
From your sad stare


Make my getaway
Time on my own
Needing a better way
To find my way home
To your smile

http://youtu.be/DD9jdWxthd4

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Brian Eno Apollo: Atmospheres and Soundtracks



1. Under Stars (0:00) 2. The Secret Place (4:30) 3. Matta (7:59) 4. Signals (12:19) 5. An Ending (Ascent) (15:08) 6. Under Stars II (19:37) 7. Drift (22:55) 8. Silver Morning (26:04) 9. Deep Blue Sky (28:43) 10. Weightless (32:41) 11. Always Returning (37:20) 12. Stars (41:04)

http://youtu.be/D0h_jWVbw6M

acessório*

Source: scarves.net via Barry on Pinterest

via http://pinterest.com/sixtyandme/sixty-and-me-style/ *Peça ou adorno que se acrescenta ao vestuário.

Jeff Lynne Complete acoustic live from Bungalow Palace



http://youtu.be/PDGY_RyF8GI

Fernando Pessoa

O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.
(Fernando Pessoa)

Sigur Rós




Vaka 0:00
Fyrsta 6:39
Samskeyti 14:12
Njósnavélin 20:46
Álafoss 28:19
E-Bow 38:16
Dauðalagið 47:04
Popplagið 1:00:04

http://youtu.be/8FrajZK0qZs

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Abdullah Ibrahim - Khumbula Jane






http://youtu.be/paYbMikIsLU

http://youtu.be/oAmyvqzAcCY

Anna Karenina - Swan Lake Waltz (Peter Tchaikovsky)




http://youtu.be/LW_LNxEt8QU

2 anos de A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria!

José Peixoto, António Zambujo, Ana Isabel Dias e Filipe Dias - Confissão -Música de José Peixoto com letra de João Monge from MPAGDP on Vimeo.

2 anos de A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria! Muitos parabéns! E muito obrigada! http://vimeo.com/56711854

Mujeres y lobos, ¿se parecen?








http://www.youtube.com/watch?v=Cp4OE5RHw-g&feature=share&list=PL7A74209E2E401912

http://youtu.be/Ds1-22qRFR0

Janela Indiscreta




Janela Indiscreta



http://www.rtp.pt/play/p297/e105124/janela-indiscreta

AS MINHAS MÃOS



 

As minhas mãos magritas, afiladas,

 Tão brancas como a água da nascente,

 Lembram pálidas rosas entornadas

 Dum regaço de Infanta do Oriente.

 

Mãos de ninfa, de fada, de vidente,

 Pobrezinhas em sedas enroladas,

 Virgens mortas em luz amortalhadas

 Pelas próprias mãos de oiro do sol poente.

 

Magras e brancas...Foram assim feitas...

 Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas...

 Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!

 

Pra que as quero eu -- Deus! -- Pra que as quero eu ?!

 Ó minhas mãos, aonde está o Céu?

 Aonde estão as linhas do teu rosto?

 

Florbela Espanca

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Bill Evans Trio Explorations



Bill Evans Trio Explorations 1961

01. Israel - 6.10
02. Haunted Heart - 3.25
03. Beautiful Love (take 2) - 5.04
04. Elsa - 5.09
05. Nardis - 5.49
06. How Deep Is the Ocean? - 3.31
07. I Wish I Knew - 4.39
08. Sweet and Lovely - 5.52
09. Beautiful Love (take 1) - 6.04
10. The Boy Next Door - 5.06

Bill Evans - Piano
Scott LaFaro - Bass
Paul Motian - Drums

http://youtu.be/fnFP4tIdXnY

Three Short Works






1
http://youtu.be/P1UkxajbC94
2
http://youtu.be/BHHOtbdjLxU

Coldplay - The Hardest Part




http://youtu.be/zuozgD_esms

Falling in love with the dark side of the universe’ by Pilar Zeta

El viaje. Erik Satie y Michael Nyman.




http://youtu.be/0NKLjYY6JGw

Erik Satie bajo la lluvia.




http://youtu.be/u9Op2emDBZk

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Max Richter - Infra 1



http://youtu.be/W8S2CX-q7LQ

Logan and Freya - The Only Exception




http://youtu.be/hHLkZKpZGc0

Amazon.co.uk - Any Human Heart - Making of



http://youtu.be/fhldAsvcVvg

UMA ORAÇÃO

JORGE LUIS BORGES. UMA ORAÇÃO.
 
Minha boca pronunciou e pronunciará, milhares de vezes e nos dois idiomas que me são íntimos, o pai-nosso, mas só em parte o entendo. Hoje de manhã, dia primeiro de julho de 1969, quero tentar uma oração que seja pessoal, não herdada. Sei que se trata de uma tarefa que exige uma sinceridade mais que humana. É evidente, em primeiro lugar, que me está vedado pedir. Pedir que não anoiteçam meus olhos seria loucura; sei de milhares de pessoas que vêem e que não são particularmente felizes, justas ou sábias. O processo do tempo é uma trama de efeitos e causas, de sorte que pedir qualquer mercê, por ínfima que seja, é pedir que se rompa um elo dessa trama de ferro, é pedir que já se tenha rompido. Ninguém merece tal milagre. Não posso suplicar que meus erros me sejam perdoados; o perdão é um ato alheio e só eu posso salvar-me. O perdão purifica o ofendido, não o ofensor, a quem quase não afecta. A liberdade de meu arbítrio é talvez ilusória, mas posso dar ou sonhar que dou. Posso dar a coragem, que não tenho; posso dar a esperança, que não está em mim; posso ensinar a vontade de aprender o que pouco sei ou entrevejo. Quero ser lembrado menos como poeta que como amigo; que alguém repita uma cadência de Dunbar ou de Frost ou do homem que viu à meia-noite a árvore que sangra, a Cruz, e pense que pela primeira vez a ouviu de meus lábios. O restante não me importa; espero que o esquecimento não demore. Desconhecemos os desígnios do universo, mas sabemos que raciocinar com lucidez e agir com justiça é ajudar esses desígnios, que não nos serão revelados. Quero morrer completamente; quero morrer com este companheiro, meu corpo.

O poema acima foi extraído do livro "ELOGIO DA SOMBRA" (1969), pág. 394

Porto by Helder Pacheco



via
http://helderpacheco.wordpress.com/


http://youtu.be/fnWA8mA5xdk

ENSAIO

"Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!..." via http://granosalis.blogspot.pt/2013/01/carta-minha-mae-sobre-o-sns-e-outras.html

As Carquejeiras

As Carquejeiras
Eram mulheres, umas fortes, outras nem por isso, que subiam e desciam de madrugada até à noite a Calçada da Corticeira (a rampa, cuja nunca ninguém subiu de automóvel ou de bicicleta, embora tivessem tentado, façanha que ficaria nos anais do burgo). As carquejeiras descarregavam molhos de 40, 50 ou mais quilos de carqueja (ou chamiça) dos barcos que a transportavam Douro abaixo.
 Depois, com os molhos às costas, dobradas, subiam a calçada (210 metros, 22 por cento de inclinação) até às Fontainhas. Ali, descansavam pousando a carga no muro da Alameda, bebiam água num fontanário e lavavam os rostos - sujos do pó da chamiça, e escorrendo suor. E prosseguiam viagem até ao centro da cidade, às Antas, a Paranhos, à Boavista, aos sítios onde havia padarias de que a carqueja era acendalha para os fornos. Entre os anos 30 e 50 passaram centenas de mulheres pela Corticeira. Num ano, em 1940 e tal, chegou a haver noventa, todo o dia, em bicha e em ziguezague, para compensar a agrura da subida.

Falavam pouco e contaram pouco. Pouca gente, aliás, estava interessada em ler coisas tristes e, além disso, as histórias delas não tinham o 'charme', nem o sumo requinte dos dramas traduzidos do francês. Por tal motivo a tragédia das carquejeiras ficou por contar. Dos temps em que andávamos na praia do Borras a tomar banho, em frente à Corticeira, guardei a imagem daquele formigueiro, daquele funicular de mulheres ocultas sob o carrego da carqueja eriçado de hastes com o aspecto dos ouriços. Um formigueiro a que éramos indiferentes: o rio chamava-nos na aventura da travessia e os desgostos interessam pouco aos meninos. Mas, ainda assim, recordo os seus rostos quando as vi de perto, no alto da Corticeira (tão inclinada que nunca a palmilhei de alto a baixo). Rostos amargos....

Histórias poucas. Não eram comédias de costumes e arranhavam em demasia a boa consciência das pessoas. Ficaram, no entanto, alguns nomes: a Blandina, que aceitou dizer quanto ganhava e os carretos que fazia (dez diários, a 50 quilos, dão meia tonelada, multipliquem por doze meses, durante dez anos - e terão ideia do peso do calvário). A Ermelinda, que ficou assinalada por ter dado à luz em plena subida, e a Elisa, que ficou mais assinalada por ter morrido de repente, aos trinta anos, a meio da Calçada, debaixo do carrego. Pessoalmente não as esqueço e, quando vou à Corticeira ver os crepúsculos recortarem a Ponte, lembro-me delas. E aqui deixo a evocação. Serve de homenagem à dignidade, porque, se a dignidade tem um rosto, é, com certeza, o das carquejeiras.

Helder Pacheco, As Carquejeiras, 1988



http://helderpacheco.wordpress.com/

Active Child - Ancient Eye



http://youtu.be/OZN36s5-Prg

http://youtu.be/QoFeHPvOOSoThe Patriot Lost Film Trailer Ernst Lubitsch, 1928



http://youtu.be/QoFeHPvOOSo

Jorge Versillo, Beatriz Segall



http://youtu.be/GTbVCy3uArs

Nélida Piñon fala sobre seu lançamento"Livro das Horas"



http://youtu.be/8SGneGPvJQw

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

sábado, 5 de janeiro de 2013

Sade - Somebody Already Broke My Heart



http://youtu.be/KOvnkWmzJrc

Algodão - Mãe da Filha



http://youtu.be/ZqDTLp611iQ

Algodão - "Por ti arriscava cantar, por ti arriscava dançar..."



http://youtu.be/g7dxRwXNvh8

Max Richter - A lover's complaint



http://youtu.be/XHTX2SCJm50

Max Richter - Autumn 1 & 2



http://youtu.be/A0-5Rl4XykU

Bon Iver - Towers (Official Music Video)



http://youtu.be/t60roHM1t7o

Preview Groninger Museum live



http://youtu.be/4oa4xiTb1Vc

Criss Cross from the album of the same name. Comp. by Brittany Haas



http://youtu.be/Jk4Owc0UIw8

The Jezabels - Deep Wide Ocean



Deep Wide Ocean .
http://youtu.be/XoRlz-Tz1H0

SINEAD O'CONNOR / queen of denmark



http://youtu.be/TLc-JE4oRLM

Father John Misty - "Only Son of the Ladiesman"



http://youtu.be/fP1yWejdqfU

Don Giovanni ( Parte 1 de 16 )



http://youtu.be/IV3-tjvEk2E

Edward Sharpe and the Magnetic Zeros - Child



http://youtu.be/Fn9Ima1lbVk

Laura Marling - Salinas - A Creature I Don't Know



http://youtu.be/SmLCm-0TgSI

Laura Marling - To be a Woman



http://youtu.be/mImprM8qtfY

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

The Lumineers--The Lumineers



http://www.youtube.com/watch?v=Uf7lQg1_vBM&feature=share&list=PL8O_VRj2zDNW6v_VTxI0dZ7Gf2cxoS8uc

High Court



http://youtu.be/h8FV0MZochw

Liz Stringer - City Colours

Liz Stringer : Love I Found A Flood



Liz Stringer - Warm in the Darkness

http://youtu.be/WJK3xHrcJuU

Impregnable Question




http://youtu.be/ND2FG34Tj64

No One But You



http://youtu.be/m0WN0rgIhxE

Beirut - The Rip Tide



http://youtu.be/o7rpXLdgtEY

Eu não tenho um barco, disse a árvore - Cícero



http://youtu.be/d-zOgL0q1iE

Carol of the Bells



http://youtu.be/e9GtPX6c_kg

U2 and GreenDay The Saints Are Coming - LIVE - New Orleans



http://youtu.be/bDWndjwEamQ

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Imperdoável - Jorge Palma



Imperdoável é...
o que não vivi,
Imperdoável é...
o que esqueci,
imperdoável é...
desistir de lutar,
imperdoável é...
não perdoar.

Tive dois reis na mão
e não apostei,
vi catedrais no céu
nao as visitei,
vi carrosséis no mar,
mas não mergulhei,
imperdoável é...
o que abandonei.

Vejo-me cego e confuso,
nesta cama a latejar,
o que seria de mim,
sem o meu sentido de humor,
praticamente mudo,
sinto a máquina a bater,
é o rugído infernal,
destas veias a ferver!!!!

Imperdoável é...
dispensar a razão,
imperdoável é...
pisar quem está no chão,
imperdoável é...
esquecer quem bem nos quer,
imperdoável é...
não sobreviver.
...

Vejo-me cego e confuso,
nesta cama a latejar,
o que seria de mim,
sem o meu sentido de humor,
praticamente mudo,
sinto a máquina a bater,
é o rugído infernal,
destas veias a ferver!!!

Imperdoável é...
o que não vivi,
imperdoável é...
o que esqueci,
imperdoável é...
desistir de lutar,
imperdoável é...
não perdoar,
não perdoar,
não perdoar,
não perdoar!!!!
http://youtu.be/Xx6T-R6WKMw

Rostropovich plays the Prelude from Bach's Cello Suite No. 5



http://youtu.be/QFlLVIA6ANU

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Images by Alfred Stieglitz - on women



Alfred Stieglitz (1864-1946) was most influential in establishing photography as an art form in the United States. He pursued this cause by editing and publishing magazines, organizing photographers, operating galleries and crafting his own creative photographic images many of which were printed in photogravure. Stieglitz used the photogravure process for most of the illustrations in his groundbreaking periodicals, Camera Notes (1897-1903) and Camera Work (1903-1917). The photogravures in these journals, all personally approved by Stieglitz, enabled a larger audience for once to experience the artful qualities of photography.

http://youtu.be/Rl9BpijUkIY

Alan Parsons Project Time ( 1981 )



http://youtu.be/2fTKhZIH2oU

Wicked Game - Stone Sour



http://youtu.be/Q1QKbgN1W7k